segunda-feira, 9 de novembro de 2015

AS PRINCIPAIS FERROVIAS DE TRENS DO BRASIL

PESQUISA By JOSÉ CARLOS FARINA

CLIQUE PARA AUMENTAR O MAPA














ATÉ 1930









ATÉ 1935










ATÉ 1928














































































FERROVIAS ( TRENS ) DO PARANÁ NA DÉCADA DE 30, 40 e 50

FONTE: http://blogdogiesbrecht.blogspot.com.br/2015/06/o-parana-e-seus-trens.html


O PARANÁ E SEUS TRENS

Mapa das ferrovias paranaenses em 1935. Em vermelho, a linha-tronco, que seguia para Santa Catarina ao sul. Aparece também a curtíssima linha isolada e particular, Porto Guaíra-Porto Mendes, extinta em 1960. Não existia ainda o ramal de Monte Alegre (acervo Sud Mennucci/Ralph Mennucci Giesbrecht).

Uma das histórias mais interessantes de ferrovias brasileiras referem-se às do Estado do Paraná. Sempre li o mais que pude sobre a Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, que nada mais era do que a fusão da E. F. Paraná e da E. F. São Paulo - Rio Grande.

As ferrovias paranaenses em geral se ligavam com as de São Paulo (Ourinhos e Itararé) e de Santa Catarina (Porto União e Mafra). A safra se escoava por Paranaguá, embora o porto de Santos, SP, também tenha sido utilizado, principalmente até 1938, ano em que as ferrovias paranaenses conseguiram alcançar a linha Ourinhos-Londrina, que até então se ligava apenas a Ourinhos. Dali o trem seguia para Santos pela Sorocabana. Havia também escoamento pelo porto de São Francisco do Sul, SC, por causa das ligações com a linha do São Francisco, esta no norte de Santa Catarina.

Ao contrário de São Paulo, as linhas paranaenses jamais conseguiram atingir o rio Paraná e/ou cruzá-lo. Nem chegaram ao Paraguai e à Argentina. Houve planos e projetos. O primeiro projeto foi anterior à construção da primeira linha paranaense, a Curitiba-Paranaguá e chegava ao interior do Mato Grosso (na época, não existia ainda o Mato Grosso do Sul). Depois, houve estudos para a ligação de Guarapuava e também de União da Vitória com Foz do Iguaçu e com Assuncion. Finalmente, a linha Ourinhos-Londrina, que foi esticada até Cianorte somente em 1973, deveria seguir adiante até Guaíra, ao norte de Foz do Iguaçu, mas foi logo abandonado.

A principal atividade, que era o transporte do mate no início, passou a ser de grãos em geral, com predomínio do café até os anos 1960.

Em termos de passageiros (sempre lembrando que todas as linhas citadas agora transportavam também carga, aliás, a razão primordial de sua construção), a primeira linha foi a Paranaguá-Curitiba-Ponta Grossa, aberta entre 1883 e 1894. A segunda linha a ser construída foi a que ligava a estação de Serrinha (entre Curitiba e Ponta Grossa) a Rio Negro, pronta em 1895. Depois, esta linha foi ligada à linha do São Francisco, em SC, na estação de Mafra. Ambas compunham a Estrada de Ferro do Paraná.

Em 1900, foi entregue o primeiro trecho da E. F. São Paulo-Rio Grande, que seria mais tarde considerada a linha-tronco da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (RVPSC). Esta empresa foi criada em 1910, como entidade gestora das ferrovias paranaenses e catarinenses (na época pertencentes à Brazilian Railway de Percival Farquhar). Em 1942, a RVPSC tornou-se a entidade gestora de todas essas linhas, eliminando-se as antigas, E. F. Paraná e a E. F. SP-RG.

A linha-tronco foi sendo estendida a partir de 1900 - nesse ano, ela somente se ligava à linha de Paranaguá, pela estação de Ponta Grossa. Em 1905, chegou a Jaguariaíva, no norte, e União da Vitória, no sul. Em 1908, Jaguariaíva foi ligada a Sengés e, no ano seguinte, a Itararé, em SP, onde terminava o ramal da Sorocabana que vinha de São Paulo, via Boituva.

A mesma linha foi prolongada no final de 1910 até a fronteira de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, em Marcelino Ramos, já do lado gaúcho do rio Uruguai. Dali, seguia pela VFRGS - Viação Férrea do Rio Grande do Sul - até Santa Maria, e dali podia-se atingir Uruguaiana, Porto Alegre e Santana do Livramento. Pela linha São Paulo-Porto União-Santa Maria, manejado por três ferrovias diferentes, passou, por exemplo, o famoso Trem Internacional, criado durante a Segunda Guerra Mundial para facilitar o acesso às cidades do Sul do país.

Em 1909, foi aberta a linha Curitiba-Rio Branco do Sul, que existe até hoje. 

Outras linhas fram construídas a partir de 1915: Jaguariaíva a Ourinhos, terminada somente em 1938; o ramal de Barra Bonita e Rio do Peixe, terminado somente em 1948 e que ligava a estação de Wenceslau Braz (no ramal do Paranapanema, ou seja, a linha Jaguariaíva-Ourinhos) à estação de Lysimaco Costa. O ramal de Monte Alegre foi construído nos anos 1940/50 e em 1958 ligava a estação de Piraí do Sul, na linha-tronco, a Telêmaco Borba; o ramal de Guarapuava, que partia de outra estação do tronco, Engenheiro Gutierres, em Irati, a Guarapuava, linha iniciada em 1928 e terminada somente em 1954.

Finalmente, a linha da E. F. São Paulo-Paraná, companhia particular dos ingleses da Cia. de Melhoramentos Norte do Paraná, iniciada em 1923 e que em 1941 chegou a Arapongas, PR e que passava por Londrina. Esta linha foi vendida pelos ingleses à União em 1944 e incorporada à RVPSC no mesmo ano. A partir de então foi estendida para sudoeste, chegando a Maringá em 1954 e em Cianorte em 1973.

Houve também obras que modificaram certas linhas, como a linha entre Curitiba e Ponta Grossa e entre as estações de Joaquim Murtinho e Fabio Rego, no tronco, além da ligação Engenheiro Bley (que substituiu a de Serrinha como entroncamento) e Mafra.

E, claro, a construção da linha que sempre foi apenas cargueira, Apucarana-Ponta Grossa, entre 1948 e sua entrega tardia em 1975. A partir deste ano, a RFFSA passou a tomar conta das linhas da RVPSC, que desapareceu como entidade.

Os trens de passageiros singraram por todas estas linhas até... bem, até que o apocalipse chegasse ao Estado, entre 1969 e 1983. Em 1969, acabaram com o ramal de Barra Bonita. Em 1976, com o ramal de Monte Alegre e o de Antonina (Morretes-Antonina). No mesmo ano, deixou de circular o trem entre Jaguariaíva e Itararé (desculpa: queda de ponte em Itararé). Com este fechamento, São Paulo a Curitiba de trem somente podia ser feito via Ourinhos, o que encompridava muito o caminho, fora paradas longas e baldeações em Ourinhos, Jaguariaíva e Ponta Grossa.

Em 1979, fecharam o trem do Norte, ou seja, Curitiba-Ponta Grossa-Jaguariaíva-Ourinhos (acabou-se então, de vez, a demorada ligação São Paulo-Curitiba). Em 1983, fecharam quase todo o resto. Os trens que circulavam pelo Estado já eram todos mistos e as chuvas desse ano, que alagaram vários trechos de linha no Paraná e em Santa Catarina foram uma excelente desculpa para acabarem com (quase) tudo: ramal de Guarapuava e todo o trecho Jaguariaíva-Ponta Grossa-União da Vitória.

E o que sobrou? Bom, em janeiro de 1991, o ramal de Rio Branco do Sul, que, na prática, era o único trem de subúrbio de Curitiba, foi fechado, tornando-se somente o "trem do cimento", que funciona até hoje como cargueiro. Finalmente, o trem Curitiba-Paranaguá, o mais antigo trem de passageiros do Estado (1885), continuou operando - e opera até hoje - mas como trem turístico, ou seja, faz apenas o percurso integral sem paradas, ida e volta, diário. Desde alguns anos, faz apenas Curitiba-Morretes: de lá para Paranaguá, já não faz mais.

Muito resumidamente. é isso aí. O paranaense pelo menos tem um trem diário - turístico, mas tem. Do outro lado, não tem trens de subúrbio, que fazem, com certeza, muita falta. A linha do Rio Branco do Sul poderia muito bem estar-se servindo a isto até hoje, com as modificações necessárias e que, nos anos 1980, teriam sido mais fáceis de se fazer. A linha antiga que ligava Curitiba a Araucária (como parte da linha erradicada em 1992 entre a Capital e Ponta Grossa), em vez de também servir como subúrbios, a partir de 1977, quando construíram a variante nova (com passagem pelo Pátio Iguaçu), liberando a antiga, nunca foi utilizada para tal; não tenho conhecimento de que tal uso tenha sido sequer estudado. Vale lembrar que a linha passava por bairros bem populosos e também pelas estações de Portão e de Barigui, até chegar em Araucária:

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

ESTAÇÃO DE TRENS DE ROLÂNDIA - PARANÁ - BRASIL ( STATIONS TRAINS RAILWAYS )

FOTOS By  JOSÉ CARLOS FARINA
          (DIR. RESERVADOS)












































































































































FOTOS By JOSÉ CARLOS FARINA ( DIR. RESERVADOS)






































































FOTOS By JOSÉ CARLOS FARINA ( DIR. RESERVADOS)

















































FOTOS By JOSÉ CARLOS FARINA ( DIR. RESERVADOS)









segunda-feira, 24 de agosto de 2015

TRENS NO NORTE DO PARANÁ

O NORTE DO PARANÁ DEVE MUITO AOS TRENS


TUDO COMEÇOU COM O TREM




A Companhia de Terras norte do Paraná pensou em tudo. Como a nossa terra argilosa se torna quase que intransponível em dias de chuvas, logo no começo a Companhia já iniciou os trabalhos da construção da ferrovia de Ourinhos a Londrina e depois com o tempo até Maringá. Apesar da floresta virgem os imigrantes e migrantes aqui chegaram trazendo tudo o que precisavam nos trens. As primeiras produções era exportadas pelos trens. Os primeiros animais (cavalos, gado, galinhas e porcos) vierem de trem. Não foi fácil construir a ferrovia no meio da selva, sem poder contar com maquinários modernos.  A maior parte dos serviços eram feitos no enxadão e carregando a terra com carroças puxadas por muares. A estação de Londrina foi inaugurada em 1935, no mesmo dia em que a ponte sobre o rio Jataizinho foi  inaugurada, dando passagem ao trem, que chegava a uma cidade que havia crescido muito desde sua fundação  em 1929. No início de Londrina e do norte do Paraná tudo girava em torno dos trens. Quando a Maria Fumaça  apitava lá na curva o chefe da Estação tocava um sino (que está lá até hoje) e muita gente vinha para conferir  quem estava chegando e quem estava partindo. Todas as novidades chegavam no trem. Os homens iam lá para ver as mulheres. As mulheres iam para ver as roupas diferentes vindas de São Paulo. Outros iam ver só o trem, afinal era uma máquina que dava medo... aquele assopro quando o maquinista soltava o excesso  de vapor... a molecada corria de medo. Muitos iam só para dar tchau para quem partia ( Era chique dar tchau para quem partia.) Bem, em resumo era isto...o trem fazia (e faz) parte de Londrina e de todo o norte do Paraná. JOSÉ CARLOS FARINA - ADVOGADO (ROLÂNDIA)

terça-feira, 28 de julho de 2015

TUDO COMEÇOU COM O TREM ( IMAGENS DE 80 ANOS ATRÁS EM LONDRINA )


TUDO COMEÇOU COM O TREM.Imagens de um feito: há 80 anos, o trem chegava em Londrina

JL selecionou fotos do acontecimento que mudaria a história de Londrina e do Norte do Paraná

Marcelo Frazão
  • Marcelo FrazãoOs trabalhadores que fizeram chegar o trem a Londrina: esforço de muita gente humilde que fez brotar o desenvolvimento regional (Crédito: Museu Histórico/Divulgação)
Faz exatamente 80 anos que aconteceu. Perto das 15h do dia 28 de julho de 1935, o povo fez festa para a chegada da primeira locomotiva na Estação Férrea de Londrina – um casebre de madeira instalado onde hoje é o piso inferior do Terminal Urbano de Londrina.
O feito, como mostrou o Jornal de Londrina, mudou a história de Londrina e do Norte do Paraná.
Com as locomotivas Baldwin construídas em Nova Iorque vieram milhares de compradores de terras, trabalhadores, mercadorias e as novas cidades não pararam de surgir ao longo da linha, até Maringá.
  • Alguns vagões foram içados sobre o Tibagi para testes do lado de cá, antes da abertura da linha  e construção da ponte (Crédito: José Juliani/Museu Histórico)
    Alguns vagões foram içados sobre o Tibagi para testes do lado de cá, antes da abertura da linha e construção da ponte (Crédito: José Juliani/Museu Histórico)
  • Antônio Cristiano Luza posa ao lado de um "motor", na década de 1970, provavelmente entre a Rua Guaporé e Pernambuco, quando havia cancelas para separar a linha férrea do trânsito comum (Crédito: Arquivo da família Luza)
  • A bela linha férrea sobre o Rio Tibagi (Crédito: Acervo família Luza)
    A bela linha férrea sobre o Rio Tibagi (Crédito: Acervo família Luza)
  • O momento da chegada da locomotiva com a comitiva de ingleses e membros dos governos: à frente, a bandeira do Brasil e da Inglaterra (Crédito: Museu Histórico/Divulgação)
    O momento da chegada da locomotiva com a comitiva de ingleses e membros dos governos: à frente, a bandeira do Brasil e da Inglaterra (Crédito: Museu Histórico/Divulgação)
  • A estação ferroviária de Londrina, novinha em folha: hoje, piso inferior do Terminal no centro (Crédito: José Juliani/Museu Histórico)
    A estação ferroviária de Londrina, novinha em folha: hoje, piso inferior do Terminal no centro (Crédito: José Juliani/Museu Histórico)
  • Um recorte de jornal no qual a Companhia de Terras anunciava a
    Um recorte de jornal no qual a Companhia de Terras anunciava a "ausiciosa notícia" sobre os novos tempos para Londrina e região com a chegada dos trens (Crédito: Arquivo da família Luza)
  • O povo se aglomera na antiga estação para saudar a chegada da primeira locomotiva Baldwin a Londrina (Crédito: Museu Histórico/Divulgação)
    O povo se aglomera na antiga estação para saudar a chegada da primeira locomotiva Baldwin a Londrina (Crédito: Museu Histórico/Divulgação)
Fazer o trem chegar a Londrina não foi tarefa simples para a Companhia de Terras do Norte do Paraná (CTNP). Antes, era preciso erguer uma ponte sobre o perigoso Rio Tibagi, esticando a linha de Jataizinho – que entre 1932 e 1935 era a estação “final” – até o povoado que não tinha mais que 600 habitantes.
Em Londrina, as últimas viagens de trem foram em 1982, quando o ex-prefeito Antônio Belinati finalizou a retirada da linha que “cortava a cidade ao meio”.
Pesquisador do tema, o museólogo Niger Marena, hoje responsável pelo Museu de Geologia e Paleontologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), refez a narrativa daquele dia: “Os curiosos do povoado de Londrina vão se reunindo em torno da primeira estaçãozinha... as primeiras horas da manhã são frustrantes. Ele começa a deixar a Estação de Jataizinho por volta das 11h daquela manhã. Vem devagar para que as autoridades e convidados possam observar em “detalhes” a ponte sobre o Rio Tibagi. Quando todos já se encontram desapontados eis que ouvem um apito!!! É elaaaaa! ... A Baldwin 1910 fabricada em Nova York anunciando sua chegada, finalmente desponta trazendo as bandeiras nacional do Brasil e da Inglaterra. Fogos pipocam! Finalmente ela chegou...”
JL selecionou algumas imagens históricas daquele 28 de julho, cedidas pelo Museu Histórico Padre Carlos Weiss e também pelo arquivo familiar do comerciante londrinense Claudio Luza, cujo pai – Antônio Cristiano Luza – foi ferroviário por 35 anos aqui na região.
E você? Tem memórias das viagens de trem entre Londrina e São Paulo ou outras cidades? Queremos conhecê-las!